

"Caro Doc.,
Peço-lhe que mantenha anónima esta minha missiva, pois como sabe sou comprometida, mas não podia deixar de lhe agradecer o tratamento de que fui alvo na passada semana passada no seu consultório. Nunca mais me esquecerei da madeira da sua secretária!
De facto, e começando pelas massagens corporais de shiatsu nos pontos nevrálgicos do meu corpo, o Senhor Dr. fez milagres a esta sua paciente que já se julgava incapaz de sentir o mínimo tesão. Sabe, é que a espécie masculina que por aí prolifera não entende nada de como agradar a uma mulher. Mas o senhor, ai o senhor é especialista.
As suas mãos despertaram uma fonte que julgava extinta há algum tempo, inundando a minha "pombinha" de um líquido do qual eu já não me lembrava que existia. E lembra-se como de repente arranquei a roupa toda e fiquei em pêlo à sua frente?
Pois é Senhor Doutor, é que a sua língua faz milagres. Acorda uma morta, ai se acorda.
E a propósito de acordar, eu é que despertei toda quando o Senhor me pôs de quatro no acto como canta a Rita Lee e fez de mim Gato Sapato (até tirei os sapatos de salto alto) e me cavalgou a toda a brida em cima da secretária.
Quem resiste a uma canzana, mistura fodenga entre uma cadela e uma égua?
Pois eu sei quem não resiste, é a Roxana.
Por tudo isto meu caro Doc, peço-lhe vivamente que celebre alguns acordos
com as seguradoras, para que eu possa ir aí tratar da minha saúde com a
regularidade de que a mesma necessita.
Beijando-lhe a ponta, subscrevo-me despidamente,
sua Roxana"
Peço desculpa minha cara Roxana, mas tinha de publicar sua carta.
(Não podia deixar de o fazer)
Doutor
Um cruzar de linhas...
Um trocar de números...
Um telefonema que não chega...
Uma espera incerta...
Um telefone a tocar...
Uma voz que deslumbra...
Um convite que acontece...
Um combinar...
Uma ida...
Um "enchantment"...
Um quase "blind date"...
O chegar...
Uma recepção...
Uma bebida...
A predisposição...
Acompanhados de um bom vinho, uma musica muito suave no volume certo, a atmosfera que se respirava era Quente, uma noite fria lá fora, a lareira acesa a dar aquela média luz, ela com um sensual roupão a condizer com o vinho, e com o ambiente, conversas amenas com temas quentes e desenfreados, carregados de desejos ardentes, um olhar sem tocar, desejo crescente, um ar viciado, duas mãos que se tocam.
Ela liberta-se mais um pouco, tira o roupão e eis que a sua silhueta elegante era acompanhada por uma lingerie pouco ousada mas ao mesmo tempo muito sensual em tons de rosa fuchsia, quis avançar, pediu-me para esperar, calmamente como uma brisa a acariciar as espigas de trigo começou a dançar, à medida que executava a sua coriografia a roupa começou a "cair", aproxima-se, acaricia-me e simultâneamente tirando-me a roupa, senti-me como se estivesse em casa de "Asmodeus", tal não fosse embriagante toda aquela Luxúria, entregamos alma e corpo a todos os nossos Desejos.
Fugitivo